segunda-feira, 16 de maio de 2016

Montón

"My hero, zero", de Bob Dorough toca baixo nas quatro caixas que deixam cantar também a chuva mansa que batuca na janela. Esse disco, o "multiplication rock", chegou não sei de onde, e quem pescou fui eu, num daqueles rompantes de vida que vez ou outra me bate à porta.

Agora toca o Capitão Cabeça de Bife, que por escolha própria executa "this is the day". Essa é uma das mais belas canções dos últimos giros que a raça deu no sol:

This is the day that love chose to play,
The day love came to stay,
This kiss is for the first time,
And this kiss is for that time
Love to ride
This is the day that love chose to play
One minute here, one minute there
Love spent time everywhere,
This day that love chose to stay

Imagine só experimentar todos os dias o sabor do primeiro dia em que o amor me visitou.

Todos os dias espero e encontro o meu amor, que vai comigo e que volta para mim, com um entusiasmo poucas vezes visto nessa rua, nessa cidade e ao redor do mundo dos homens e mulheres e crianças e bichos e de dias e instantes.

As cartas que tenho escrito, somadas aos livros que escrevo e filmes e fotos que gravo em minha cabeça de gravar me tomam todo o ímpeto de seguir digitando impressões de todas essas luas jupterianas que orbitam a ponta dos meus dedos.

Vivendo, enfim, volto à vida de maneira plena, qual seja, a de continuar, como num plano-sequência, o exercício de alimentar o amor.

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