quinta-feira, 29 de abril de 2010

Bloco de notas

Rolândia, 28 de abril de 2010, quarta feira

Quarta feira sem hífen, sem hímen e quarta-feira de jazz em um bar em Londrina, o Valentino. É cedo ainda (19:48 no pc). Acabo de sair do banho, abrir a porta do chalé e, além da Cristina que toca aqui, ouvir a chuva leve e breve que cai na grama iluminada trazendo um vento um pouco mais frio aos meus pés mordidos por um inseto feroz, e castigado por acidentes no pé da cama. Parei de digitar e comecei a batucar nos joelhos o Padre Cícero. Mas ninguém até hoje afirmou. Era um triste dia, pois alguém jazia. Cego, surdo e pobre: desse jeito faleceu o nome da canção. Pé no chão, dizia minha mãe, é dar bobeira para gripe e resfriado. Pé no chão é tomar banho, sair dele e continuar pensando na antítese maiúscula que é esse trabalho abençoado e essa condição de artista amaldiçoado, que faz desse trabalho uma maldição e da música um sofrimento maior do que ter todos os seus queridos humanos assassinados a sangue frio por traficantes de crack e filmadores de pornografia geriátrica "hardcore". Queira sorrir! É permitido. Faça umas orações uma vez ao dia, depois mande a consciência junto com os lençóis para a lavanderia. Isso é Tom Zé, e isso é não usar aspas para citar autores. Autores, que piada! Quem é autor? De que o suposto autor é dono? Não sou dono de nada, e não aceito ninguém ser dono de alguma coisa. A gravata já me enforcou, amém com eme ou ene. Um ou dois ou mil espaços   depois do ponto. do . o. fato é que todo mundo precisa mijar. E ninguém necessariamente faz xixi. Eu vou. Acabei de fazer xixi e mijar ao mesmo termo e matei quase afogada com RAID açao total uma aranha bem grande, no tapete em frente à porta de madeira do chalé, de onde estou em frente.

Vou pedir à meu pai para ir a à á Londrina com o carro no Valentino, e uns  20$, caso dê certo. Senão, vou discar 9 e pedir umas 4 latas e talvez uma dose quente para esquecer da condição e dos parentes da aranha morta bem aqui na minha frente.


PUTA MERDA! "Se vale a pena", de Trupé, é muito boa, meu!

não rolou o carro. comi três fatias de salame (que vão me fazer mais mal do que ácido lisérgico genérico) e disquei nove para duas cervejas.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cansaço

Medíocre. Assim me senti e assim foi o último show da minha "banda". Assim fui eu. A banda deve ter tocado bem. Agora é lei: eu me cansei dessa merda toda. Só vou fazer o que gosto com a minha música. Só vou emprestá-la a quem eu quiser. 
Não vou mais sair de casa para tocar o que não sinto. Não faz sentido, já que não é um trabalho, mas dá muito trabalho. E não falo sobre carregar as "tralhas" de 200 quilos nem montar tudo no sol de torrar pedra. É o cansaço espiritual que me fez chorar a alma no último domingo e pensar em atirar os tambores da bateria contra a parede e lavar o cérebro para me esquecer de que um dia fui músico. 
Me sinto mais perto de mim em casa, ouvindo o "titio" Arnaldo Baptista ou as merdas que ouço, do que tocando para 50, cem ou mil babacas e alguns bacanas. 
Não é nada pessoal, e é tudo pessoal. Tô caindo fora do que não me agrada. "Ah, mas não te faz mal". Foda-se. Vai ter que fazer bem, muito bem. Vai ter que ser capaz de me fazer querer carregar essa jaca toda a pé só para tocar um compasso. 
E sim, serei mais chato ainda, obrigado.