sábado, 15 de maio de 2010

Sem revisão

Morrer de dor
ou Sonho número 2 de 14 de maio de dois mil e 10.
(Pernas claras da perdição)
ou ainda:
Ao amor (será que é)


1

Estava livre dos rastros sujos
nem em sonho eu me dobrava
E numa noite fria eu vi a estrada
Que feito o dia claro transpareceu
Você estava distante. Éramos dois desconhecidos
E os três brindaram a noite, fizeram fogo no seu quarto

Não era tarde quando percebi
que sua sedução barata iria me atrair
Suas belas pernas, seu vestido preto quase
desnecessário.

A fala mansa e a pele clara dessa vez se calaram
diante da constatação:
Não sou mais seu querido, seu cafajeste podre e imundo
Não caio mais entre suas pernas claras.
Feche-as e e vá embora, para nosso bem.
Vá fazer mal a outro que ainda te quer bem.


2

Suas mazelas me cansaram
E nem por suas pernas eu me deito mais
Ao seu lado eu vi a morte, triste fim
da pobre mosca agora presa em sua teia;
bate as asas mas não voa.

E logo vai morrer, E assim
tentando se livrar vai morrer.

Não, eu entendo o mecanismo de atração
sustentando pelo odor da falsidade.
Sim, eu não beijo mais seu corpo.
Tu não entras mais em minha carne,
que é pedaço de alma.

"Feche suas pernas, cubra-se
e vá embora."
Dito isso saio de sua casa
e encontro abrigo no que sou antes.
Depois ouço uma canção e ando
pela mesma estrada.

Vá embora, para nosso bem.
Vá fazer mal a outro que ainda te quer bem.