sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Latrina insustentável

Estou tentando pela última vez, e nem foi mérito meu a possível conquista. Vivendo de pedaços, perdendo até mesmo meus possíveis passados. Que a vida é uma bagunça e um caos, todos devem saber. E tentar viver de maneira organizada é utopia das cabreiras. Sobre o que temos poder? Se te fiz tanto mal, de que adiantou você fazer do bem quase santo o seu mote?

Não existe nada santo que venha dos humanos, assim como bem e mal são novidades muito frescas para qualquer um absorver, e talvez não sirva para entender. Mas nos bares continuam a discutir os grandes pensadores dos séculos passados, cheios de pó e lodo. Soma-se novas criaturas dotadas do incrível poder de criar idéias e o caos fica mais lamacento ainda.

Isso é só um monte de letras, que nem tocá-las posso e talvez nem escrevê-las deva. Mas a minha cabecinha animal-humana-ocidental não consegue parar quieta. Duvido muito da verdade em quem está sempre feliz, de bem com a vida, tipo Xuxa. E também dou total descrédito a quem vive a onda do Edgar. É Renato Russo demais para o mundo, é muito alto astral e é muito de tudo.

Qualquer coisa que eu imagine, está transbordando. É muito conhecimento, é muita burrice, é muito rock, é muito silêncio. Muita gente produzindo muito e não fazendo nada, ao mesmo tempo.

Não sei quem está certo, e nem me importo com os maus exemplos. Leva-se muito a sério essa coisa romantizada de vida. E eu, meus caros senhores invisíveis, não poderia ser diferente de minha raça. Eu dou muito valor a todo tipo de merda que me convém. Pelo menos eu creio no meu bom gosto. Mas é meu, e é baseado em um monte de merda também.

Desculpem o mau cheiro do parágrafo de cima. Mas essa descarga não será dada.

E é fácil dizer um monte de besteiras, é fácil falar sério e é fácil ser santo. Difícil mesmo é ser pecador, essa delícia de vida.

E é tanta vida que eu vou ali vomitar e não volto.