domingo, 27 de dezembro de 2009

A falta

Será que conseguirei concluir alguma tarefa sem falhar alguma vez na vida?
Será que serei um músico, ou só um cara que já foi?
Será que já foi?
Acho que sim.
Sim.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fotografado baixista do Led Zeppelin fora dos palcos!

Corro em direção ao fim. Meus sonhos mesquinhos foram triturados e reduzidos a pó. Eu já não espero que as coisas melhorem, embora pense em reagir só pela minha família. Caí do cavalo e por enquanto estou tetraplégico. Minhas pernas tremem e ainda assim acabei de apagar mais um cigarro. Tiro a camiseta. Está quente. Anuncio com todas as letras (a íntegra no meu caderno de anotações) meu fim, e já não me arrisco por prazer.

Como pode tudo mudar tão rápido, e com tanta violência? Como posso me entregar dessa maneira, tendo muita sorte nessa vida? Como posso não chorar dizendo isso? Ah, isso acho que sei explicar. Eu choro por dentro. Estranho isso, mas a tristeza é tão grande que ultrapassa as lágrimas. Essas já não são suficientes, e são na maioria das vezes vaidade. Tristeza mesmo, agora sinto, é chorar lá no mais alto da alma.

Quase tudo se tornou um grande amontoado de inutilidades e irrelevâncias. E me entrego completamente a esse mecanismo, esse de gastar quase todo nosso tempo com tarefas necessárias e sublimar o sonho, as diversas cores que só vejo quando estou disposto a contemplar.

Troquei de óculos. Mudei de lado e mudaram meu nome. Vou e volto. Escrevo a lápis. Parei mais um livro na metade. O violão aqui ao meu lado tornou-se um móvel invisível. As peças estão espalhadas e são vendidas de graça pagando-se caro por elas.

" Godsend ", se existir, que bata na minha porta e me leve para um sorvete.

Entreguei o jogo, e sozinho vou perder o restinho de dignidade que deve estar em algum canto por aqui.

Meu farol não ilumina mais as minhas trevas.