sábado, 17 de outubro de 2009

Sábado, uma letrinha

Society, de Eddie Vedder (original e tradução). Essa música está na trilha sonora de Into the wild.


 "...e quando você pensa mais do que quer, seus pensamentos começam a sangrar."

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Passagem

Como canta Cohen em uma de suas belas músicas, "blessed is the memory". Abençoada seja a memória, que,  se por muitas vezes nos assola e junta-se ao tempo para bem diante dos nossos olhos (abertos ou fechados) fazer uma tempestade sem fim, nos brinda com todos os truques, verdades e soluções que aprendemos nos difíceis tempos e que nos são muito úteis no tempo presente. Não existe tempo presente no plural. O tempo é um só, e o que muda é seu tamanho e sua dimensão para nós.

Amar é arriscado. Não digo e nunca disse para mim palavrões e insultos aos possíveis futuros amores, e nem fugi ou me guardei propositalmente.  É arriscado, é extremamente recompensador e provoca alegria, dor e os dois ao mesmo tempo. É necessário. E é necessário saber esperar. Saber ouvir as notas desconhecidas com os olhos fechados, e não acordar no meio da serenata e estragar tudo.

Estar preparado para o amor não é item obrigatório. Mas depois que aprendi algumas poucas coisas, sinto em alguns momentos que me tornei forte. E quanto mais eu aprendo mais eu corro riscos. Risco de não fazer, de não ser, de não estar. Arriscar-se custa mais caro hoje em dia. E pequenas possíveis homéricas dores de cabeça do dia a dia são poupadas com o mínimo de esforço, e isso eu considero sublime.

Tendo eu feito um "diagnóstico" que considero preciso sobre meu grau de envolvimento (em qualquer envolvimento, que fique claro) direciono meus esforços, pensamentos, músculos ou qualquer outro item necessário ou não para aquilo. Ou para outro aquilo.

Hoje me conheço muito mais, e considero isso, ao menos isso, uma forma de evolução. Por pensar assim, exijo bem menos dos outros. Claro, há o mínimo de exigência para se ter um conforto razoável e valer a pena. Conhecer bem o meu lugar e meu papel onde quer que eu esteja tornou-se a prima meta em meus relacionamentos, sejam eles com carteiros, poetas, meninas, moças, mulheres, senhoras, homens, amigos, cachorros, de cinco minutinhos, para a vida toda ou durante uma música, de branco e preto, com brilho, distante ou aqui do lado.

 Por isso e tudo ou nada mais, puxo o freio de mão.

 E saio (ou entro) contente, por ser eu. Bom ou ruim, assim ou assado, sou eu quem pensa por mim. Sou eu quem é assim, e não carece de todo mundo ser igual a mim.

domingo, 11 de outubro de 2009

Breve histórico resumido de todo o meu tempo vasto



Quanto mais o tempo passa, mais eu me dou conta de que vou ficando mais sozinho.
Mas não faz falta o tempo que não foi vivido. Falta faz é o tempo que não é esse tempo.
Esse, que de tempo em tempo chega como um viajante imundo em um dia de chuva forte, não é companheiro de muitas horas.
Hoje sei aproveitar esse tempo cinza claro. Não blasfemo nem tolero uma alegria forçada - e consequentemente medíocre- para me afastar do cinza. Como uma nuvem segue viagem no céu, e não vemos o vento levá-la, vou respirando, fumando, bebendo e me recolhendo até que nasça o novo. O novo, que não significa bom a um prazo longo. Mas o novo deixa o velho para trás, e por vezes é só disso que precisamos.