segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Deleites indizíveis



Um trecho de uma carta de 16 de julho de 1903, escrita por Rilke para seu famoso jovem poeta, caiu aberto na mesa da sala, lugar de pouco convívio. Aqui vai o pedaço que veste a ocasião, caros colegas de condição:

..."A idéia de ser um criador, de gerar, de formar" não é nada sem a sua contínua e grandiosa confirmação e realização no mundo, nada sem o consenso mil vezes repetido por parte das coisas e dos animais. E só por isso o seu gozo é tão indiscritivelmente belo e rico, porque é feito das recordações herdadas da geração e da gestação de milhões de seres. Em um pensamento criador revivem milhares de noites de amor esquecidas que o preenchem com altivez e elevação. Assim, aqueles que se juntam durante as noites e se entrelaçam em uma volúpia agitada fazem um trabalho sério, reúnem doçuras, profundidade e força para a canção de algum poeta vindouro que surgirá para expressar deleites indizíveis. 


Um comentário:

Patrícia Anette disse...

http://www.youtube.com/watch?v=IzcregYsle4