domingo, 7 de junho de 2009

Efêmero (ou qualquer outro título)

Acordei sem querer
hoje.
Ontem não saí.
Ontem cheguei já era dia.
Hoje é uma palavra feia, não?


Sexta foi ótima.
Sexta foi péssima.
Como anda sua vida?
Sua vida anda.

À minha, ainda.
A de todos,
hoje não quero saber.
Ainda não.

Só por hoje
vou me esquecer
que sou egoísta,
E pensar só em mim.

E fugir.

Bebo leite.
Continuo a fumar.
Meu corpo treme
acho que é para aquecer.

Meu, eu, cheguei, vou...
Em mim há muita
primera pessoa.
A única pessoa que me merece.

E acordei sem querer hoje,
Sem querer hoje.
Sem ninguém além.
Além de ser ninguém.

Desconheço a métrica
da verdadeira poesia.
Da poesia, desconversei.
Joguei fogo no gelo.

Paro de digitar,
para aquecer minhas mãos
entre minhas pernas.
Pernas, que palavra mais feia.

Busco no feio algo
para me castigar
Isso é só o que quero mostrar
hoje.

3 comentários:

Decifra-me... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Decifra-me... disse...

Meu Deus (Leia usando a sua própria entonação)!
Esse você tirou do seu âmago, não é?
"Falta tanta coisa p´ra dizer que nunca consigo". Teria que pegar cada estrofe para comentar e ainda assim não seria suficiente.
Mas, na tentativa de resumir, digo que a fase não é das melhores para você e que eu realmente espero que você saia dela logo e sem perder o mais importante: a sua essência.
O problema não é ser egoísta, é deixar de olhar verdadeiramente para si e de ver quanta coisa boa há dentro de você.
E, quanto a fugir, é uma escolha sua, mas "adiar" não resolve nada, só angustia mais ainda.
No mais, independente de qualquer coisa, estou aqui para o que precisar (sempre).
Cuide-se porque, por mais egoísta que queira ser, há muitas pessoas que lhe querem bem.
E eu sou uma delas.
Beijos.

Weidell disse...

"Comentário excluído
Esta postagem foi removida pelo autor."

Isso nunca tinha acontecido comigo!