domingo, 11 de outubro de 2009

Breve histórico resumido de todo o meu tempo vasto



Quanto mais o tempo passa, mais eu me dou conta de que vou ficando mais sozinho.
Mas não faz falta o tempo que não foi vivido. Falta faz é o tempo que não é esse tempo.
Esse, que de tempo em tempo chega como um viajante imundo em um dia de chuva forte, não é companheiro de muitas horas.
Hoje sei aproveitar esse tempo cinza claro. Não blasfemo nem tolero uma alegria forçada - e consequentemente medíocre- para me afastar do cinza. Como uma nuvem segue viagem no céu, e não vemos o vento levá-la, vou respirando, fumando, bebendo e me recolhendo até que nasça o novo. O novo, que não significa bom a um prazo longo. Mas o novo deixa o velho para trás, e por vezes é só disso que precisamos.

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