domingo, 12 de outubro de 2008
Jacaré ensaboado e outras pequenas lamentações
Outro domingo. Mais tristeza, mais blá blá blá.
Preciso de banho, mas só por convenção. Não preciso cuidar de mim.
Tudo bem, não vou ficar dizendo bobagens.
Sei que é uma fase e que vai passar. E também sei que algumas coisas são fortes demais para acabarem. Contra essas não vou lutar.
Meu peito vazio dói.
Escrevo sem regras, e vivo contra as leis. Não vivo o suficiente, mesmo tendo quase tudo o que preciso.
Mas é a velha história: "força sem ação".
Nem sei mais o que estou dizendo. Roda viva.
Minha mãe diz que meus cabelos estão caindo.
Estou criando coragem para começar a ler um livro. Cem anos de solidão, de García Márques.
Começo a pensar na idéia do banho. Com tristeza me lembro de bichos de plástico no chão do banheiro. Me lembro de tudo, e boas ou ruins as lembranças me consomem e tiram meu leme. Me lembro de tudo, sempre. Preciso reparar meus erros. Não sei como faço, mas estou sentindo uma grande necessidade de me consertar com meu passado enquanto ainda é presente. O que posso fazer? Acho que sempre será presente.
Sinto.
Muito.
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2 comentários:
O texto é muito bom. Um grande amor traz consigo os detalhes
e os contornos dos dias, além de todas as sombras da noite. Com ou sem lua.
O futuro muda. As lembranças, nunca.
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