
Outro domingo. Mais tristeza, mais blá blá blá.
Preciso de banho, mas só por convenção. Não preciso cuidar de mim.
Tudo bem, não vou ficar dizendo bobagens.
Sei que é uma fase e que vai passar. E também sei que algumas coisas são fortes demais para acabarem. Contra essas não vou lutar.
Meu peito vazio dói.
Escrevo sem regras, e vivo contra as leis. Não vivo o suficiente, mesmo tendo quase tudo o que preciso.
Mas é a velha história: "força sem ação".
Nem sei mais o que estou dizendo. Roda viva.
Minha mãe diz que meus cabelos estão caindo.
Estou criando coragem para começar a ler um livro. Cem anos de solidão, de García Márques.
Começo a pensar na idéia do banho. Com tristeza me lembro de bichos de plástico no chão do banheiro. Me lembro de tudo, e boas ou ruins as lembranças me consomem e tiram meu leme. Me lembro de tudo, sempre. Preciso reparar meus erros. Não sei como faço, mas estou sentindo uma grande necessidade de me consertar com meu passado enquanto ainda é presente. O que posso fazer? Acho que sempre será presente.
Sinto.
Muito.